Calçada de Sant’Ana

O projeto aproveitou em maior número os azulejos existentes - do século XVIII - e adotou duas estratégias diferentes para os dois tipos de espaços no edifício: interior das habitações e espaços comuns de circulação.

Para o interior das habitações foram exclusivamente utilizados os azulejos existentes, privilegiando, sempre que possível, a sua localização original.

Para os espaços comuns de circulação a estratégia não teve por base apenas a utilização de azulejos existentes. Esta decisão acontece uma vez que o espólio azulejar neste espaço revelava-se insuficiente para revestir os paramentos do mesmo.

Perante a falta de azulejos, foram produzidas novas peças, que se destacam pela sua óbvia contemporaneidade. Estes novos azulejos são de fabrico artesanal e pretendem continuar a materialidade da barra inicial, que não só tem a função de marcar a arquitectura como também exerce a mesma proteção dos espaços. Os azulejos existentes foram redistribuídos em conjunto com as novas peças pelos vários lanços e patamares.

As guarnições marginais existentes foram colocadas nos dois primeiros lanços, com o seu interior preenchido a estuque. A partir do patamar intermédio entre o Piso 1 e Piso 2 até ao Piso 3 a barra existente é substituída e continuada por uma nova barra dupla de azulejo. Os motivos centrais existentes foram colocados nos últimos lanços, com a restante superfície das paredes das escadas a serem revestidas por azulejo branco liso.

Local: Calçada de Sant’Ana, Lisboa

Cliente: Shane Gareth o Laochadha

Arquitectura: APPLETON & DOMINGOS arquitectos

Tratamento Plástico: Catarina Almada Negreiros e Rita Almada Negreiros

Data: 2018-2020